100 anos de moda pela publicidade

A moda está instríseca na publicidade e virse versa. A publicidade é feita com pessoas e geralmente estas pessoas estão vestidas e mais que isso, os figurinhos de cada publicidade entregam em que período de tempo a campanha foi feita e ainda ajudam a ditar padrões de beleza e o que é tendência. Além, claro, de passar um conceito sobre o produto ao cliente.

Isso contribui para construção de uma identidade e cultura nacional. Para entender melhor essa relação, te convido a fazer uma viagem no tempo para vermos como evoluímos no último século.

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1900 - 1910

A 'La Belle Epoque' tinha como características principais a extravagância e a ostentação. Assim, até cerca de 1908, predominava na publicidade e na vida real o uso de espartilhos, saias em forma de sino, uso de rendas em decotes. Na moda usavam-se cores tais como o rosa-pastel, o preto e o azul-malva. Todo esse detalhe não fica muito aparente pela falta de cores o domínio da ilustração.

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1911 - 1920

Com a Primeira Guerra, os homens foram para o campo de batalhas e as mulheres para o mercado de trabalho. Então as roupas deveriam ser práticas, simples, e com tecidos baratos e duradouros. Isso fica claro também na publicidade. Uma peça que começa a aparecer na publicidade também é a roupa de banho.

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1921 - 1930

A década de 20 traz roupas coloridas, brilhantes e de tecidos leves para a publicidade. As saias mais curtas começaram a aparecer mas muito tímidas. O que reinava mesmo eram os vestidos de cintura baixa e que não marcavam a silhueta das mulheres, reflexo de um movimento feminista da época.

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1931 - 1940

Se os anos 20 foram marcados por uma certa androginia, os anos 30 trouxeram a feminilidade de volta. Agora o que está em evidência são as costas nuas em decotes generosos. Obviamente, em tempos de crise, materiais mais baratos passaram a ser usados e muitas das moças costuravam suas próprias roupas. Bastante interessante foi a popularização da prática de esportes e dos banhos de sol. Nesta década as roupas de banho, que antes eram extremamente comportadas, se tornam mais curtas e com decotes. Na publicidade as mulheres aparecem com cabelos mais longos e com um visual mais ousado, refletindo o esírito feminino da época.

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1941 - 1950

Mais uma Guerra Mundial e as mulheres voltaram ao mercado de trabalho. Desta vez, mais práticas, com cabelos mais curtos e presos. É nesta dácada que a publicidade começou a estabelecer uma imagem padronizada de beleza. Surgem as primeiras agências de modelos e o mundo da publicidade começou a olhar mais favoravelmente para fotógrafos, em vez de ilustradores, que por muito tempo ocupou o lugar de destaque uma vez que a impressora a tinta foi inventado.

A figura feminina foi força potente no esquema de publicidade americano. John Robert Powers vendia imagens de mulheres que iam até seu escritório para os mais diferentes tipos de publicidade. Essa foi a primeira agência de modelos de Nova York (senão do mundo), que arrecadava cerca de cinco milhões de dólares por ano.

Além das mulheres, a publicidade passa a buscar modelos infantis para seus protudos, orientados a fazer vender tudo, desde alfinetes à automóveis.

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1951 - 1960

O rádio cresceu no início dos anos 50, quando houve um aumento da publicidade. As populares radionovelas que acabavam por descrever os figurinos das personagens, por exemplo, e tinham como complemento propagandas de produtos de limpeza e toalete. Na televisão, a publicidade não se limitava a vender produtos e as próprias empresas eram produtoras dos programas que patrocinavam.

As modelos representavam o que era tendência na época: a cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias. Os cosméticos começaram a ser foco da publicidade, pois, com o fim da guerra, sua escassez havia acabado, isso incluia publicidade para tintas de cabelo. O homem tinha aquela ideia de bad boy, com jaqueta de couro e óculos escuros ecomeçou a ser usado em propagandas voltadas à automobilística.

Em 1955 a Coca-Cola lança seu primeiro comercial da marca apresentado na televisão brasileira, intitulado “Coca-Cola faz um bem” (hoje sabemos que não é bem assim). O comercial tinha como tema o coco nordestino e uma personagem que mais lembrava os figurinos dos anos 40.

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1961-1970

A utilização de jingles passou a ser rotina na publicidade. Além disso, O modelo dos anúncios - uma grande fotografia (80% do espaço), um pequeno texto - tornou-se um padrão imitado universalmente. As campanhas passaram a preocupar-se mais com a criatividade. Ou seja, cria-se a ideia de colocar em foco o que o produto lhe faz sentir e não quais os dados técnicos em si.

A grande protagonista da moda foi a minissaia, um dos símbolos de liberdade dos anos rebeldes, além de cabelos bem curtinhos e olhos marcados. Já a grande influência para os homens foi, sem dúvida, os Beatles. Já na publicidade, as empresas continuaram optando pelo visual mais recatado da década anterior.

Perceba a caracterização neste comercial do Leite Ninho (voltado à família).

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1971-1980

Esta foi uma década libertadora para os jovens, de drogas, sexo e discotecas e isso refletia nas roupas que refletia na publicidade. Existe uma certa erotização da publicidade, com nus, transparências, beijos e isso para divulgar os mais diversos produtos. O visual mais reproduzido da época é o hippie. Além desse estilo podemos ver na moda dessa década calças boca-de-sino, muito brilho, franjas, bijuterias étnicas, cintura baixa, cintos largos, estampas florais, sapatos de plataforma... Abaixo você pode notar todo o figurinho condizendo com as tendências da época.

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1981 - 1990

A publicidade dos anos 80 estava tentando entender as novas tecnologias e os novos produtos, como TV a cabo, gravadores de vídeo e compras em casa bem como a promoção de vendas. Esses fatores mudaram a prática da publicidade. Tudo isso ocasionou a fragmentação da audiência e as agências acharam melhor por se fundir e formar grandes agências publicitárias. O grande trunfo da publicidade foi o "compre agora, pague depois". Essa foi a década que a publicidade abusou do exagero, da ostentação, do que aparecia nos seriados de TV, da moda colorida e do rock debochado dos anos 80. O pop e o rock foram inseridos na criação de paródias para grandes sucessos.

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1991 - 2000

Nos anos 90 tem início o advento Internet e o mundo interligado por uma rede mas os publicitários não apostaram neste canal como meio de comunicação no início. Houve o lançamento de mais novos produtos do que a média até ali. Porém, no Brasil, o governo cortou todo o apoio à publicidade que parou e isso quebrou muitas redes de TV, fazendo com que os anunciantes corressem para as rádios. Os empresários do setor publicitário, mesmo com altas taxas de juros, voltaram a apostar alto em grandes campanhas a propaganda voltou a registrar índices de crescimento mesmo com essa realidade depois de 1996.

Algumas coisas são icônicas nesta década: os cigarros não podiam mais ser anunciados, os comerciais voltados às crianças invadiram as TVs, o homem passa a fazer parte da publicidade com mais força, e a Eco 92 - realizada no Brasil - acabou fazendo com que o mercado publicitário implantasse a idéia de ecológico em seus produtos.

O que mais se usava nessa época incrível de 90 era: saia longa, jeans cintura alta, estampas de bicho xadrez, mochilas e bonés tão característico da época. A publicidade deu destaque à esta maneira mais confortável de se vestir da década, com figurinos mais clean, com moletons, roupas básicas e tênis.

Chegamos aos anos 2000 e deixo pra fazer esta análise daqui a dez anos, quando pudermos avaliar com outros olhos.

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