Estereótipos de Gênero, a Estratégia Obsoleta.
- Lucas Miranda
- 11 de fev. de 2015
- 2 min de leitura

Seja a gostosona seminua da cerveja ou aquele cara vaidoso dirigindo seu carro, os estereótipos sempre estão presentes na publicidade. Eles ajudam a enfiar goela abaixo os papéis dos gêneros na sociedade e a criar uma cultura de identificação entre o produto e seu público-alvo. Esta é uma triste realidade.
Na publicidade, geralmente, a mulher está sempre muito ligada ao que diz respeito às responsabilidades, atrelando a esta personagem os afazeres domésticos e à ditadura da beleza, impondo padrões do que é bonito ou não.
Em 2010, a Volkswagen lançou uma campanha comemorativa ao dia das mulheres, dedicando-a à 'complexa engenharia' deste gênero. Aí é que vem a surpresa: a campanha fala para os homens. Há quem diga que o tiro saiu pela culatra, mas eles conseguem decifrar a alma feminina de maneira muito sutil.
Essa associação do homem a bens de consumo que mechem com o ego fica muito evidente nas campanhas destinadas a este público. Para os homens, sobra a diversão e reconhecimento social e, na publicidade, eles sempre aparecem se auto afirmando de alguma forma: seja num jogo de conquista, numa roda de amigos ou no volante do carro dos sonhos. Tudo sempre muito ligado a status.
Algumas empresas têm apostado em redefinir os papéis dos gêneros na sociedade e colocaram no ar campanhas onde as coisas se invertem, que é a chamada publicidade transgressora. A Dove é um exemplo disso: a empresa de cosméticos já usou "mulheres de verdade" (leia-se com corpos normais, rugas, pintas etc.) em suas campanhas e isto ajuda a aproximar-se mais ainda de seu público, fugindo do estereótipo da "mulher perfeita" (leia-se magra, sempre jovem e deslumbrante).
Outra tentativa diferente é quando os produtos de limpeza passam a ser manuseados por homens nas campanhas, a exemplo do Vanish e do Ariel. O primeiro produto apostou na sensualidade masculina para vender o produto para as mulheres. Você pode conferir abaixo. Já Ariel foca na praticidade de seu produto vendendo-o para qualquer público. Muito legal e eficiente a campanha.
O fato é que "quem se estereotipa, se limita", com o perdão da reformulação da frase. Acredito que, empresas antenadas aos múltiplos papéis de ambos os gêneros na sociedade, devam cada vez mais desconstruir esses estereótipos que ora aproximam o público do produto, ora afastam possíveis públicos. Uma campanha inteligente mostra que não existe um padrão para consumir aquele produto, deixando assim, nas mãos do consumidor a identificação com o que está sendo vendido.
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